segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Breves passagens por Santos, Búzios e Ilhabela

Se sua opção foi por um minicruzeiro, já sabe que conhecerá apenas um pouquinho de cada lugar por ele percorrido. Vale como impressão geral e, se for mesmo muito boa, pode servir de sugestão para um próximo passeio que tenha aquele lugar como destino. Na viagem de três noites no MSC Musica, as breves passagens foram por Santos e Ilhabela, em São Paulo, e Búzios, no Rio de Janeiro.

Como o embarque e desembarque ocorrem em Santos, passageiros em trânsito podem optar por um tour pela cidade ao invés de uma longa espera no aeroporto. As excursões terrestres oferecidas pela própria MSC Cruzeiros (ao custo de cerca de R$ 50) sugerem visitas ao Centro Histórico da cidade, com paradas na Bolsa do Café, igrejas, visita ao Museu do Futebol e a algumas praias.

A primeira parada, neste cruzeiro de três dias, foi em Búzios, badalada mundialmente após visita da atriz Brigitte Bardot, na década de 60. O tempo passou e hoje a meninada que desembarca ali já vai cantarolando a música de Tom Jobim da abertura da novela Viver a Vida, que tem a cidade como cenário. Os passeios oferecidos pela equipe do navio custam 40 dólares. Mas quem não tem interesse em city tour e sim em circular livremente e curtir o dia na praia, comendo petiscos como camarão, pode organizar uma turma e embarcar numa van, pagando apenas R$ 15 por pessoa. A praia de Jeribá é uma boa pedida, seguida de uma caminhada pela badalada Rua das Pedras, de lojas e bistrôs charmosos, onde nem tudo é tão caro quanto se teme devido à fama internacional.

Segunda parada, Ilhabela. Faz jus ao nome. Fica na Ilha de São Sebastião (SP), descoberta em 1502, portanto, com acervo arquitetônico histórico. E muita beleza natural, como as cachoeiras e a Mata Atlântica no seu parque estadual, onde estão cerca de 80% dos quase 350 quilômetros quadrados da ilha, que conta com 35 quilômetros de praia. Se o clima não estiver muito favorável, com chuvas, vale passear pelas lojas de grifes e de artesanato, próximas ao local do desembarque, pela Praça Coronel Julião, de onde se fotografa a igreja. Perto dali, o restaurante Badejo & Picanha é boa opção para o almoço, antes de um novo passeio e do retorno ao navio.

Relato de viagem a bordo do MSC Música

Confrontar nossa insignificância com a imensidão do mar já vale a experiência. São muitos os atrativos em um cruzeiro, mas vale lembrar o óbvio, a oportunidade de deixar longe a terra e se aventurar sobre as ondas. Isso não passou despercebido a José, 6 anos, que saiu de Novo São Joaquim (MT) para uma viagem repleta de novidades: ir de avião de Goiânia até São Paulo, seguir de ônibus para Santos percorrendo as famosas curvas da estrada e apreciando a paisagem ainda exuberante da Mata Atlântica, até chegar ao porto e se extasiar com o que, para ele, era “o maior navio do mundo”. Exagero infantil, mas de fato o transatlântico MSC Musica impressiona: são 1.275 cabines, 293,8 metros de comprimento e 32,2 de largura.

No navio – que neste cruzeiro do qual participamos partiu de Santos no dia 12 de dezembro, em direção a Búzios (RJ), onde chegou na manhã do dia seguinte, lá ficando até às 21 horas, seguindo então para Ilhabela, já de volta a São Paulo, onde ficou também todo o dia, antes de regressar a Santos –, o pequeno José, um dos quase 3 mil passageiros, pôde desfrutar muitas delícias e se surpreender. Afinal, tudo é pensado para proporcionar lazer e diversão a adultos e crianças, a exemplo da animação nas piscinas e das aulas de dança.

No MSC Musica, um dos 11 navios da frota da MSC Cruzeiros, companhia italiana que oferece viagens pela América do Sul e travessias atlânticas, o passageiro dispõe de golfe, sala de massagens, academia com vista deslumbrante do mar, spa, salão de beleza, teatro, cassino, discoteca, cyber café, bar para degustação de vinhos, cafeteria, 10 bares, 2 restaurantes, pizzaria, lojas duty free, 2 piscinas e 2 hidromassagens.

Para crianças, há monitores no Mini Club (3 a 6 anos), no Junior’s Club (de 7 a 12 anos) e no Teenagers Club (de 13 a 17 anos) – menores de 3 anos precisam de acompanhante no Mini Club. Assim, enquanto a garotada se diverte, os pais têm tempo de folga para programas de adultos ou para as excursões às cidades no roteiro.

Muitas opções que, ainda assim, não competem com a emoção de navegar. Mesmo derrapando na geografia, o garotinho José dá seu recado quando, já no desembarque, lhe é feita a pergunta:

– E então, José, do que mais gostou no cruzeiro?

– Do rio.

O “rio”, no caso o Oceano Atlântico que banha a extensa costa brasileira, é o principal ponto a ser considerado ao avaliar a possibilidade de fazer um cruzeiro.

final, mesmo um grande navio, por onde se pode circular do 4º ao 16º andar, não tem como proporcionar a mesma estabilidade de um hotel convencional. Se houver mau tempo, então, a sensação é de embriaguês: perde-se um pouco o equilíbrio e o andar ganha a cadência de quem tomou umas doses a mais. Assim, quem é vulnerável a enjoos precisa se precaver para que o estômago não lhe roube as energias que poderia canalizar para o tão sonhado período de férias e glamour.
Se o balanço incomoda alguns, há muitos aspectos a somar para uma avaliação positiva. O conforto é um deles. Nada de se preocupar com segurança, trânsito ou reservas para curtir um espetáculo musical e depois um requintado jantar, com direito a uma esticada para música ao vivo em um dos bares ou para dançar na boate.

O nome do navio é MSC Musica. E música não falta, nos mais diversos estilos: clássica, MPB, chorinho, jazz, rock. Visualize a cena: após o teatro, você escolhe um drinque especial e se senta para apreciar um recital de piano e violino, ouve Mozart antes de reunir-se com os amigos para o jantar.

A comida é farta, um spa ao contrário. Durante um cruzeiro, o melhor é não pensar em dieta e deixar a culpa para depois. Negocie consigo mesmo uma compensação posterior e, de consciência tranquila, aproveite o cardápio! O café da manhã, almoço e jantar podem ser nos dois restaurantes em que se escolhe entrada, prato principal e sobremesa (alguns pacotes incluem a bebida), ou em outro, perto da área das piscinas, no sistema self service (mais prático para quem viaja com crianças). Não tenha constrangimento de se informar sobre os pratos, para evitar decepção. Ao escolher uma carne cujo nome sugere uma especialidade exótica, a pessoa pode se deparar com a mais trivial culinária goiana: arroz, feijão, carne moída ao molho e ovo frito.

As refeições são em turnos, com horários que devem ser respeitados – um problema para brasileiros, acostumados a atrasos... Também típica do Brasil, a descontração impera, mesmo com trajes pré-determinados para jantares e noites de gala. A tripulação atesta que viajar pela costa do País é lidar com esse jeito de ser que predomina mesmo em navio italiano que adota o dólar como moeda e permite acesso ao cassino quando está em alto mar.

Quando não se trata de cruzeiro temático, os passageiros têm perfis variados: casados, solteiros, famílias, jovens. Crianças como José, de quem me despeço na volta a Goiânia. E agora, José? Agora, quem sabe a gente um dia se reencontre numa dessas veredas ou mares deste mundo, vasto mundo.

DICAS:

Há filas no embarque e desembarque. Melhor usar roupas e sapatos confortáveis
Filtro solar na bagagem de mão. Você vai precisar

Não é preciso se preocupar com toalhas nas piscinas do navio nem nas excursões às praias das cidades onde há paradas. Elas são oferecidas pelo próprio navio

Não é permitido levar bebidas na bagagem. E bebidas não estão inclusas no pacote (com exceção do almoço e do jantar, caso tenha sido esta a opção de pacote). Assim, a advertência “beba com moderação” vale também para não se assustar com a conta

A frota é italiana, mas grande parte da tripulação é brasileira, o que facilita a comunicação

Ao chegar à cabine, após o embarque e a cada noite, haverá um jornalzinho de bordo com a programação do dia seguinte, o que facilita organizar planos e horários

Há pratos especiais que podem ser pedidos por quem sofre de algum tipo de intolerância alimentar

Pagamentos podem ser feitos em dólar ou com cartão de crédito internacional. O passageiro indica a forma preferida ao embarcar e não pode mudá-la depois

Atenção, mulheres: o preço da vaidade é alto a bordo. Por exemplo, fazer as unhas custa quase 50 dólares. E os horários têm de ser cumpridos

Não é cobrado o uso da academia. Um luxo: as esteiras têm vista para o mar. Outra opção é caminhar no andar acima da área das piscinas, sentindo a brisa e apreciando o belo visual de céu e mar

Cabines com varanda são um luxo, uma delícia sentir a brisa e apreciar o mar. Mas para quem viaja com crianças nunca é demais priorizar a segurança. Melhor só escotilha ou cabine interna mesmo, que, além disso, são mais baratas

Horas depois de desembarcar você ainda vai ter a sensação de estar balançando. Não, você não ficou doido. Acontece mesmo

COMO IR:

Próximos minicruzeiros (três noites) do MSC Musica saindo de Santos para Búzios e Ilhabela : 1º, 8, 11 e 14 de março

PREÇOS POR TIPOS DE CABINES*:
Interna dupla: 698 dólares (R$ 1.636,00)
Externa (com escotilha) dupla: 1.128,50 dólares (R$ 2.020,00)
Externa com varanda dupla: 1.263,50 dólares (R$ 2.261,00)
Suíte dupla: 1.953,50 dólares (R$ 3.496)
Traslado São Paulo-Santos e Santos-São Paulo: 50 dólares cada trecho (total: R$ 179)
Passagem aérea Goiânia/São Paulo e São Paulo/Goiânia
(valor promocional na quinta-feira, dia 14): R$ 149 cada trecho, mais taxas
(ida e volta, valor total de R$ 362,84)